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BAILE

Performance [10 days] - Video [HD 16:9 - 9' 14'' and 8' 08'' - Stereo - Color - Variable Dimensions]. Art Residency 'Morte e Magia nas Artes Visuais', Conceição do Mato Dentro, MG, Brasil, 2015.

Baile foi um trabalho produzido durante a residência artística de um mês, realizada no Vilarejo de Cemitério do Peixe – um lugar quase desconhecido no interior de Minas Gerais. Local que abriga apenas três habitantes, numerosas casinhas brancas e vazias, uma igreja e um antigo cemitério. Fato que muda completamente durante cinco dias por ano com a celebração católica do Jubileu, uma festa religiosa destinada as Almas e a São Miguel Arcanjo. Neste período, pessoas de diversos lugares da região se deslocam em procissão, ocupando todo o vilarejo. Segundo os moradores mais antigos do entorno, o Peixe é um local sagrado, pois as Almas dos que foram enterrados ali são capazes de realizar milagres. Fala-se ainda, que, antes de haver um Cemitério, os corpos dos escravos eram enterrados na beira do Rio Paraúna. Onde, de quando em quando, é possível escutar o som de tambores e cantos trazidos pelo vento.

 

Durante 10 dias seguidos eu fui até o Rio Paraúna acompanhada por mais uma pessoa, e levando comigo apenas a câmera e o tripé. Ao chegar, posicionava o equipamento sempre no mesmo local, dentro do rio e próximo a uma pedra para tentar fazer o mesmo enquadramento. Fiz isso em diferentes horários, desde o amanhecer até a caída da noite. Ao artista-residente-acompanhante cabia a função de estar ali, e ser o meu observador atrás da câmera (que às vezes necessitava de um segundo play). Também era sugerido escrever qualquer coisa que viesse a sua mente. E então, por cerca de uma hora eu me movimentava livremente: chacoalhando o corpo, caminhava e corria sobre as águas rasas do rio, perseguindo um estado psico-fisico bem particular. Algo que pudesse se aproximar de uma espécie de transe lúcido. O meu objetivo: dar passagem à energia (ou espíritos) daqueles que foram enterrados nas margens.


LISTA DAS COISAS INTERMINÁVEIS

Text – Diary by Rubiane Maia

BAILE

Text [Poetic Interpretation] by Maria Fernanda Ambuá

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